O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou nesta 4ª feira (20.mar.2019), a saída do Brasil e dos demais países da América do Sul da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), criada há quase 10 anos no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Gostamos muito da ideia que o Chile vem conduzindo que é a de substituir a Unasul, que é um organismo que não faz mais sentido, que foi criado e nasceu com vício de origem”, disse o chanceler.
A decisão será oficialmente tomada no Chile, próxima viagem do presidente Jair Bolsonaro, em que Araújo também estará presente.
Na 6ª feira (22.mar), Bolsonaro participará de uma reunião de chefes de Estado convocada pelo presidente chileno, Sebastian Piñera. No lugar da Unasul, será criado 1 novo organismo, chamado informalmente de Prosul e proposto pelo próprio Piñera e pelo presidente da Colômbia, Iván Duque.
Ainda não há 1 número exato de quantos membros da Unasul pretendem aderir ao novo bloco. A substituição conta com o apoio do Brasil, país mais populoso da América do Sul e também a maior economia da região.
Conforme o governo brasileiro, uma declaração deve ser feita, e não 1 acordo fechado, para a criação do novo organismo.
Bolsonaro desembarca em Santiago ainda nesta 5ª feira (21.mar), para também participar, ao lado de chefes de Estado de países da América do Sul, da cúpula que pretende marcar a retomada de negociações em torno da integração da região.
O presidente chileno convidou para a reunião os líderes dos 12 países sul-americanos. Pela Venezuela, chamou Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional que se autodeclarou presidente interino do país. Guaidó foi reconhecido por cerca de 50 países, incluindo o Brasil.
Entretanto, a presença do venezuelano pode criar 1 mal-estar, fazendo com que os presidentes da Bolívia e do Uruguai, Evo Morales e Tabaré Vázquez, não participem do encontro. Os 2 não o reconhecem como presidente interino.
NOVA ESTRUTURA
O Prosul não deve manter a atual estrutura da Unasul, ao buscar soluções mais leves para o aparato que hoje inclui uma sede física em Quito, no Equador. Conta também com secretariados e quadro de funcionários.
As nações que comporão o Prosul entenderam que a Unasul perdeu efeitos práticos, mantendo custos, e passou a disputar decisões sobre temas que já são tratados em outras instâncias, como o Mercosul.
Sem avanços práticos na Unasul, acordos negociados atualmente por meio do Mercosul –bloco que reúne Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspensa temporariamente, garantiram a implantação de área de livre comércio entre países do Mercosul e os sul-americanos que integram a Aliança do Pacífico, com exceção do México que ainda mantém restrições sobre algumas áreas.