Melhorias no atendimento aos pacientes que dependem de vagas por meio do sistema CROSS – Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde. Este foi o tema da reunião entre os vereadores de Itanhaém e representantes da Diretoria Regional de Saúde – DRS IV, na tarde de segunda-feira (3), na Câmara de Itanhaém.
Os vereadores questionam como é feita a distribuição de vagas para a internação de pacientes, a falta de vagas para os casos de urgência, além da demora no agendamento de exames feito pelo sistema CROSS.
O presidente da Câmara, Hugo Di Lallo (PPS), citou alguns casos de pessoas que não conseguem vaga no Hospital Regional Jorge Rossmann e são transferidas para outros municípios e, dependendo do caso, só conseguem vaga ao entrar com ação na Justiça.
Hugo afirmou ainda estar bastante desapontado com a posição do DRS IV em relação às medidas de melhorias na área da Saúde. “Pretendemos travar uma batalha com o Governo do Estado. Em especial, para que o Hospital Regional funcione de portas abertas para as situações de urgência e emergência do município.” Segundo ele, já foram feitos inúmeros pedidos, o governo de São Paulo, para que o Hospital atenda de porta aberta.
“A população está crescendo em Itanhaém e, muitas vezes, as pessoas esperam até seis meses para marcar um exame”, citou o vereador João Rossmann (MDB).
Outro questionamento foi feito pelo vereador Sílvio de Oliveira (PSDB). “Qual o número de vagas hoje no Hospital Regional de Itanhaém e o que precisaria ser feito para atender a população de forma satisfatória?”
O vereador e médico Alder Ferreira Valadão (SD) também afirmou que piorou bastante o atendimento. “O Hospital não oferece um atendimento satisfatório à população. O Governo de São Paulo está omisso na área da Saúde”, completou. O vereador lembrou ainda que a conquista por um atendimento regionalizado da Saúde no município foi graças à gestão do então prefeito Orlando Bifulco, entre 2001 e 2004.
Também participaram da reunião os vereadores José Domingos Gonçalves (SD), Peterson Gonzaga (DEM) e Carlos Ribeiro (PSDB).
MICRORREGULAÇÃO.
A partir de segunda-feira (10), começa a funcionar um novo sistema – a microrregulação, um projeto do Governo do Estado. A garantia é da funcionária da DRS IV, Lana Cristina Almeida de Paula, responsável pela regulação de vagas do CROSS. “A ideia é colaborar para agilizar a regulação dos leitos”, afirmou.
Por meio da microrregulação, o paciente que estiver na UPA de Itanhaém, será encaminhado direto ao Hospital Regional de Itanhaém, onde ele será avaliado por um médico responsável e que irá autorizar ou não a vaga. Se for um caso de alta complexidade, o paciente será encaminhado, diretamente ao Hospital Regional de Registro, que irá avaliar e autorizar.
Segundo Lana, o CROSS vai monitorar todos os casos. Ela explicou que os de menor complexidade, caso não haja vagas no município, poderão ser encaminhados ao Hospital dos Estivadores ou ao Hospital Guilherme Álvaro, ambos em Santos. Em casos de maior complexidade, o paciente será encaminhado, de início, ao Hospital Regional de Registro ou, se não tiver vaga, para hospitais em São Paulo.
Em relação ao atendimento de ambulatórios e a realização de exames, eles podem ser agendados no AME de Praia Grande, inclusive os exames oftalmológicos e cirurgias de catarata.
HOSPITAL REGIONAL.
Atualmente, o Hospital Regional Jorge Rossmann de Itanhaém, administrado pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG) desde 2017, tem capacidade para atender até 240 leitos e 20 leitos de UTI. Porém, segundo Lana, o hospital conta hoje somente com 167 leitos, incluindo a Maternidade, porque o prédio está com problemas de infiltração.
O Hospital Regional atende pacientes dos municípios de Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Já a Maternidade atende, além dos três municípios, as gestantes de Itariri e Pedro de Toledo.
A unidade atende internações e cirurgias nas especialidades de Clínica Médica, Cirurgia Geral e Ortopedia. Conforme Lana, o número de atendimentos no Hospital Regional, em média, é de 1.100 pacientes ao mês.
Ela explicou que a unidade recebe casos de média e baixa complexidade, mas não os de alta complexidade. “Hoje, o Hospital atende pelo sistema de regulação de vagas, por meio do CROSS, que funciona 24 horas”. Segundo Lana, a UPA do município também deve colaborar com o CROSS e não deixar para solicitar as vagas no final do dia.
“A reunião serviu para esclarecer as dúvidas e trocar informações com os vereadores. Vamos levar as demandas apresentadas e tentar resolvê-las junto à diretoria do DRS IV”, completou Lana. Ela esclareceu que a diretora da DRS IV, Paula Covas, não pôde comparecer à reunião devido a outro compromisso em Santos. A enfermeira Egle Fernanda da Silva Marques, do DRS IV, também esteve na reunião.